terça-feira, 8 de junho de 2010


Votar ou não votar? Eis a questão

Jovens acima dos 16 anos e menores de 18 têm a permissão de votar, porém muitos não exercem o direito

O termo votação, segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, significa um processo de decisão no qual os participantes expressam a sua opinião por meio de um voto de maneira predeterminada. Dessa forma, os votos são processados e a decisão é tomada levando-se em conta alguma regra particular.

No Brasil, o voto é obrigatório para todos os cidadãos maiores de 18 e menores de 70 anos. Porém, existe uma parcela da população que, apesar de não ser obrigada, também tem o direito de votar: são os jovens brasileiros que tem 16 e 17 anos.

No entanto, apesar de terem esse direito, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil tem apenas 1,66% de eleitores desta idade ou cerca de 4 mil pessoas, o que representa somente 1,1% do total. Em se tratando de Belo Horizonte o número é ainda menor. A capital mineira tem apenas 0, 26% de eleitores menores de 18 anos. Ainda segundo o TSE, o número de jovens que tiram o título de eleitor caiu 45% desde 2006.

Os motivos para o não desejo de votar por parte desses adolescentes são variados. “Acredito que antes dos 18 anos, devido a falta de maturidade, poucas pessoas sabem da importância desse ato, eu mesmo não me sentia preparada, por isso preferi não votar” afirma Renata Silva, estudante, 19 anos, que se diz ansiosa com sua primeira votação. Já para a também estudante, Rafaela Gomes, 17 anos, a escolha de não votar se deu por outros fatos “ Só irei votar com 18 anos e mesmo assim porque serei obrigada. Acompanho política somente pelo que ouço por aí, não tenho interesse nenhum e também porque considero todos os políticos corruptos. Então se é para ficar tudo igual por quê irei votar e enfrentar aquelas filas enormes?”, revela.

Em contrapartida, existem alguns jovens que, mesmo não sendo obrigados, não abrem mão de exercerem o seu direito de cidadão. É o caso do estudante Roberto Nassif, 16 anos “ o que me motivou a votar foi a consciência de que com meu voto estou exercendo minha cidadania. Acompanho política por aquilo que aparece nos jornais, pois assim vou ficando mais preparado para o mundo, já que é impossível viver hoje sem a política, mesmo que não gostemos dela”, diz. Ao ser perguntado se já tem algum candidato Roberto responde sem hesitação: Ainda não. Primeiro quero ver as propostas deles, analisá-los bem para poder escolher o melhor.

Um outro motivo que pode levar os jovens a votarem antes da idade obrigatória é a curiosidade “ Sempre gostei muito de saber das coisas e isso me motivou a votar antes dos 18 anos. Na verdade, na época em que votei, aos 17, assistia o horário eleitoral e me entusiasmei para votar porque queria participar da decisão política do país. Foi na última votação para presidente que teve há quatro anos”, informa a estudante de jornalismo Camila Freire, 21 anos. “ Atualmente tenho me interessado mais por política, e acho que isso se deve um pouco também devido a profissão que escolhi. Não que fique procurando vasculhar os detalhes da vida dos políticos, mas mantenho o foco nas notícias que saem nos jornais e, muito de vez, em quando nos sites do Senado, da Assembleia Legislativa. Do contrário, na época em que votei pela primeira vez, só acompanhei durante o ano eleitoral, pois era um assunto que não me interessava”, conclui.

O sociólogo e vice-presidente do Sindicato dos Sociólogos de São Paulo (SINSESP) Ricardo Antunes de Abreu explica que um dos fatos que podem levar a esse desejo dos adolescentes de quererem votar são os escandâlos políticos “ao mesmo tempo que a corrupção no país pode fazer os jovens desacreditarem das instituições políticas e da democracia, ela também pode, por outro lado, induzir a participação política desses menores, por buscarem a renovação e a transformação da sociedade”, afirma Ricardo. “ Além disso, vivemos na era da informação rápida ( twitter e redes sociais) e das diferentes formas de comunicação, como os celulares, onde o jovem tem recebido e trocado informações, pois estão sintonizados com as principais mídias. Tudo isso possibilita sua inserção e entrada prévia na vida política do país”, completa o profissional.

A participação política dos jovens também pode estar ligada aos programas sociais, como, por exemplo, o Bolsa Família “ Estava disposta a não votar. Não gosto e nunca gostei de política e também não entendo nada de eleições. Porém, meu irmão mais velho me convenceu a votar. Ele disse que se não vencer algum candidato apoiado pelo Lula corremos o risco de perder o Bolsa Família, que ajuda muito lá em casa. Agora vou votar. Não podemos perder esse benefício”, diz a estudante Jussara Fernandes, que completa 16 anos em agosto.

“Independentemente dos motivos, a participação dos menores na vida política do país está condicionada ao interesse, ao acesso à informação e a capacidade do jovem de interepretá-la. Esse processo se dá via família, comunidade, escola, etc, ou seja, ao grupo no qual o jovem está vinculado. Neste sentido, a importância do voto dos adolescentes na sociedade é respaldada no interesse dele em políticas voltadas para o segmento, como o ProUni ou a política de cotas e na representação do novo ou algo relacionado à transformação da sociedade”, explica Ricardo. “ A participação precoce do jovem na política denota uma perspectiva de vida melhor para ele e para o futuro do país, em que ele vota e renova a política e os políticos”, finaliza.

Se liga 16!

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realiza este ano a campanha Se liga 16! 2010 é a nossa vez! com o objetivo de incentivar os jovens a votarem. A campanha é destinada aos menores de 18 anos que já podem ter seu título de eleitor e eleger seus representantes políticos .

O projeto é realizado em todo o Brasil pela UBES,em conjunto com as entidades estudantis de cada estado, e circula nas escolas, buscando fazer a ponte entre o jovem e a democracia. Ao usar uma linguagem próxima a esses garotos e garotas, a campanha pretende mobilizá-los com relação as eleições e fazê-los se interessar por votar.

Além da campanha nas salas de aula, também foram enviadas mensagens nas redes sociais (twitter) e no portal da própria UBES para conscientizar os jovens sobre a importância do voto. Segundo a UBES, o intuito da campanha é incentivar os jovens a tirar o título de eleitor e estimular o voto consciente. O projeto Se liga 16! Foi inspirado no movimento que pedia, em 1988, o voto facultativo para os jovens de 16 e 17 anos.

Uma história das eleições

A história do voto no Brasil teve início em 23 de janeiro de 1532, com a primeira eleição organizada no país. Ela ocorreu na Vila de São Vicente, em São Paulo e foi convocada pelo donatário da capitania Martim Afonso de Souza, com o objetivo de escolher o conselho administrativo da vila.

A votação foi feita de forma indireta, as pessoas primeiro elegeram seis representantes, e estes, por sua vez, escolheram os oficiais do Conselho. Estas eleições seguiram as normas da legislação de portugal, o Livro das Ordenações, elaborado em 1603. As únicas condições exigidas ao eleitor eram a idade mínima de 25 anos e residência no domicílio da circunscrição.

Foi somente em 1821, que as pessoas deixaram de votar apenas em âmbito municipal. As eleições desta época foram para eleger 72 representantes junto à corte portuguesa. Foram eleitos representantes do Brasil para as Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes. Como não havia uma lei eleitoral brasileira, as eleições foram baseadas na Constituição Espanhola. Puderam votar nestas eleições todos os homens livres, inclusive os analfabetos.

Nesse período, o Brasil perdeu a condição de colônia de Portugal e tornou-se Reino Unido a Portugal e Algarves, resultando desse processo, a proclamação da independência do Brasil, por Dom Pedro I.

E como um novo sistema político também pede novas regras eleitorais e novos representantes o Brasil ganhou sua primeira constituição, que foi outorgada por D. Pedro I, em 1824, definindo desta forma, as primeiras leis do sistema eleitoral brasileiro.

De acordo com essa constituição foi criada a Assembleia Geral, sendo este o órgão máximo do Poder Legislativo, composta pelo Senado e pela Câmara dos deputados, eleitos pelos súditos do Império. Nesta época, o voto era obrigatório, porém só podiam votar os homens maiores de 25 anos, com exceção dos casados e oficiais militares, que podiam votar aos 21, e aqueles com uma renda determinada. Eram, por assim dizer, excluídos as mulheres, os assalariados em geral, os soldados, os índios e os escravos, além dos religiosos ou quaisquer outros que vivessem em comunidade claustral; os libertos e serventes de repartições e estabelecimentos públicos.

As eleições ocorriam em quatro graus:

1º os cidadãos da província votavam em outros eleitores- os compromissários

2º os compromissários elegiam os eleitores da paróquia

3º Estes elegiam os eleitores de comarca

4º E por último, os eleitores da comarca elegiam os deputados.

Já os senadores, eram nomeados pelo imperador. Até o final do Império, somente 1,5% da população tinha direito ao voto.

Na República o quadro não foi diferente. A primeira eleição direta para presidente da República só ocorreu em 1894 e mesmo assim, o eleito, Prudente de Morais, chegou ao poder com os votos de apenas 2% da população da época. Eram impedidos de votar os menores de 21 anos, as mulheres, os analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero. A grande maioria do povo brasileiro continuava excluída do seu direito de cidadão. Este quadro só foi sendo modificado ao longo do século 20. Um exemplo disso, foi o voto feminino que só ocorreu pela primeira em 1935.

Até a constituição de 1988, o voto era negado aos analfabetos, aos soldados e aos marinheiros. Somente em 1990, os analfabetos e menores de 18 anos e maiores de 16 tiveram o direito a votar, embora o voto seja, até hoje, facultativo.

Atualmente, são obrigados a votar todos os brasileiros maiores de 18 anos e menores de 70. No entanto, estão excluídos das eleições os estrangeiros e os que prestam o serviço militar obrigatório.




quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cachoeira do Tabuleiro


Olha que linda...está é a cachoeira do Tabuleiro, localizada em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, cerca de 2 horas da capital Belo Horizonte. Essa cachoeira é a 3ª maior do Brasil e tem 273 metros de altura. Se for a Conceição vale a pena ir lá e conferir. O duro mesmo é só chegar até lá. É uma hora de caminhada para ir e outra pra voltar, isso em um terreno íngreme e beeeemm acentuado...mas a beleza da cachoeira vale qualquer esforço!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Abolição da escravatura


Hoje, 13 de maio, é comemorado o dia da abolição da escravatura no Brasil.
E você sabe como se deu a história da escravidão? E a abolição? Confira aqui no Baú de informações.

Na época da nossa colonização não havia mão de obra para a realização dos trabalhos manuais que precisavam ser feitos. Assim, os portugueses ( nossos colonizadores) começaram a usar o trabalho dos índios nas lavouras, porém isso não deu certo, já que os religiosos se colocaram em defesa dos índios e impediram tal tratamento. Sem saída, os portugueses foram em busca dos negros da África e dessa forma, os escravizaram.

Os negros chegavam aqui trazidos do continente agricano em porões de navios negreiros. Como as condições dentro desses navios eram péssimas muitos morriam durante a viagem. Quando aqui chegavam os negros sobrevivente eram vendidos à senhores de engenho e fazendeiros, que os escravizavam. E assim o ciclo da escravidão ia se formando. Ele permaneceu por 300 anos. E o maior motivo para tal fato foi o fator econômico, já que esta era a única mão de obra existente na época.

No entanto, a partir de 1870, a região Sul do país, começou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; na região Norte os engenhos foram substituídos por usinas, nas principais cidades foram surgindo indústrias,o que permitiu com que o número de escravos diminuísse.

Portanto, o primeiro passo para o fim da escravidão se deu em 1850, com o término do tráfico negreiro. Vinte anops depois foi a vez da Lei do Ventre livre, responsável por tornar livres os filhos de escravos que nascessem depois de sua promulgação.

Já em 1885 entrou em vigor a Lei dos Sexagenários que libertava os maiores de 65 anos e assim por diante, até em que 1888, ocorreu a abolição da escravatura através da promulgação da Lei Áurea pela princesa Isabel. Essa lei representou uma conquista não só para os negros, mas também para o Brasil, que pode pelo menos em parte se livrar de um preconceito existente em nossa sociedade.

Digo em partes, porque o preconceito ainda existe em nossa sociedade até hoje. Preconceito esse que não é apenas pelos negros, mas também pelos índios, pelos pobres, mestiços, mães solteiras, gays, etc. É um preconceito contra qualquer pessoa que se mostre diferente. Preconceito esse que impede o desenvolvimento de nosso país e que o prejudicam de crescer.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Embalagem evita desperdício e aumenta lucro


O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de hortaliças do mundo, perdendo apenas para a China e a Índia. O PIB brasileiro gerado por esses produtos gira em torno de 17 milhões de dólares. São 19. 302 toneladas produzidas em uma área de 808 mil hectares, de acordo com dados do IBGE. Porém, estimativas de especialistas apontam que 30% de toda essa produção é perdida, no caminho entre o campo e a chegada ao consumidor, o que dá um total de 5 bilhões de dólares desperdiçados a cada ano. E mais: pesquisas realizadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo mostraram que 50% das perdas (2,5 bilhões de dólares) são causadas pelo mau uso de embalagens.


Em Minas Gerais, uma boa notícia: os agricultores da comunidade de Bamburral, no município de Jaboticatubas, encontraram uma saída para o problema. Há oito anos, 20 produtores embalam suas verduras e legumes em bandejas de isopor ou PET, envoltas com filme PVC, com exceção do broto de feijão, comercializado em saquinhos de polietileno.


O extensionista local da Emater-MG em Jaboticatubas, Osmar José da Silva, conta que os produtores familiares da região adotaram a prática iniciada por Takazuki Esaki, um grande produtor que foi pioneiro na embalagem de hortaliças. “A Emater-MG adaptou a tecnologia para os pequenos produtores e incentiva a organização em grupos de produção. A estratégia deu tão certo que continua até hoje”, comemora Osmar.


Como consequência do projeto surgiu o Barracão do Produtor, um local em que se embala, classifica e verifica a qualidade dos produtos que serão vendidos. “O barracão melhora a qualidade de produto, a embalagem, a classificação”, explica Osmar. “Hoje cada um tem a sua produção, porém temos o intuito de ter um produto conjunto do barracão”, planeja.


Alguns produtos embalados atualmente são pepino japonês, tomate cereja, tomate, brocólis, couve-flor, ervilha e pimentão, abóbora menina, brócolo, couve flor, moyashi, quiabo, nabo, rabanete, vagem, ervilha, pimenta, cana, etc.


No total, são entre 20 e 30 variedades diferentes. O processo de embalagem é realizado de duas a três vezes por semana, geralmente aos domingos, terças e quintas-feiras. Após a embalagem, um caminhão leva os produtos para a Ceasa, em Contagem. 95% dos produtos são comercializados lá, os outros 5% são vendidos no comércio local. De acordo com o produtor Júlio Esaki, filho de Takasuki, a embalagem dos produtos melhora muito a sua qualidade. “O grande vilão, hoje, dos hortifrutigranjeiros é a perda do produto, por danos no transporte. Se estão protegidos, isso não acontece”, diz. “ A vantagem não é só para o produtor, mas para o comerciante que evita perda de produtos e também para o consumidor, que compra somente a quantidade que vai necessitar, evitando o desperdício”, conclui.


Produtores com marca própria


Outras vantagens: além de vender um produto com qualidade, fracionado na quantidade certa para ser consumida, há a possibilidade de se agregar valor ao produto e fazer sua propaganda por meio da rotulagem, que serve como referência para o consumidor, pois inclui o local origem. “Quando a pessoa compra um produto da comunidade Bamburral e gosta, isso vai levá-la a adquirir também outros produtos produzidos por lá”, justifica.


Outro ponto citado por Júlio é o lucro do processo de embalagem. Apesar do custo do investimento, o retorno é compensador. Para o acondicionamento em bandejas (de PET ou isopor), o custo sai a R$ 0,15%. O lucro porém pode chegar a até 200%.


Depende muito do produto, porém cada bandeja pode ser vendida por R$ 1,40, R$ 2,00, dessa forma, vendendo 40 bandejas podemos vender por até R$ 80”, calcula o produtor. Segundo o extensionista da Emater, a assiduidade do plantio ajuda muito. “Planta menos, mas planta sempre. Assim, se produz de forma racional, evitando o desperdício.”

Mesmo com a grande disponibilidade de verduras e legumes no país, sua comercialização está limitada devido a serem altamente perecíveis. Por isso, existem algumas regras de acondicionamento desses produtos. A primeira é fazer uma cuidadosa seleção, para não misturar doentes com sadios, evitando-se assim a proliferação de pragas e doenças. Outros pontos importantes são: evitar o contato direto dos produtos embalados com o solo; desinfetar os produtos antes do uso; as embalagens devem ser armazenadas em um local seco e limpo. Além disso, não só devem proteger os produtos contra danos, mas também identificá-los. O extensionista Osmar justifica: “Além da embalagem garantir a qualidade, o produtor passa a ter uma marca. No caso da comunidade de Bamburral eles tem um rótulo próprio e são conhecidos por isso.”


Quiabo dura mais


Evitar desperdícios no transporte e aumentar a renda dos produtores rurais. Esse é o objetivo da estratégia de produtores de quiabo do município de Paraopeba. A ideia surgiu em setembro de 2006, após a produtora Maria Veiga ter embalado e vendido sementes de pequi para a Ceasa. Depois da experiência, Maria comprou três caixas de madeira com quiabo, embalou o legume e vendeu para a distribuidora. Como a estratégia deu certo, a produtora aumentou o negócio.


Perde-se muito o produto pelo manuseio. O quiabo escurece rapidamente, a ponta quebra”, confirma a extensionista da Emater-MG no município, Maristane Souza. “Por isso, a tática da embalagem tem dado certo”, conclui.


Atualmente, dos 50 produtores de quiabo de Paraopeba (o número é variável, modifica-se a cada safra, devido à rotação de culturas) quatro são também embaladores. Os produtores Maria da Veiga, Rangel Moreira e Washington Geral Figueiredo foram além e, além de adotarem a embalagem para seus produtos, ainda compram a produção de terceiros. Já Elcio Luiz Eustáquio acondiciona apenas própria colheita.


O processo de embalagem do quiabo acontece três vezes na semana: às terças e quintas-feiras e aos sábados. A produtividade de cada produtor é de 300 bandejas por dia. De acordo com Maria da Veiga, cada bandeja, de 410 gramas, gera lucro de R$ 0,10 a 0,25.


Desde a criação do projeto, não houve resistência dos produtores. “Surgiram novos compradores e assim os produtores ficaram livres de pagar o frete”, explica Maria da Veiga, que acrescenta: “Da parte dos consumidores, a recepção também foi positiva. Eles recebem um produto já selecionado no ponto certo de consumo e com risco de perda menor, já que pode ser consumido em até 6 dias”.


Esse processo, no caso do meu filho, Washington, foi muito positivo, pois com o embalamento houve uma utilização mais eficiente da mão de obra e com isso ele tem o pessoal ocupado o ano todo”, diz João Emanuel, pai de Washington. Ele emprega 12 pessoas que trabalham durante quatro horas por dia para embalar 100 caixas de 20 bandejas. Assim, são embaladas cerca de 2 mil bandejas por vez, três vezes na semana. Por mês, saem do barracão 24 mil bandejas, a um lucro de R$ 0,10 a R$ 0,25 cada.


Para os supermercados, a iniciativa também é aprovada, uma vez que com as bandejas há menor perda do produto e aumento do tempo de permanência nas bancas, que passou de três para seis dias. Outro ponto positivo é que o quiabo já vem selecionado do campo, com isso, a qualidade do produto e a aparência melhoraram. E, por isso, também houve um aumento do lucro.


Paraopeba, o maior município produtor de quiabo do Estado, colheu, em 2009, cerca de 1,7 mil toneladas até setembro, em uma área de 115 hectares. O grande volume obtido em poucos meses torna ainda mais importante a logística de distribuição, para evitar que o quiabo passe do ponto de colheita e que os produtores tenham prejuízos com a cultura.






sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reportagem: a arte de buscar o diferencial


Como diria o grande jornalista Ricardo Kotscho para ser um bom repórter não basta apenas saber escrever bem, mas sim é importante saber realizar a arte de informar para transformar. Dessa forma, como uma boa reportagem pressupõe um bom repórter, o princípio que rege as duas coisas é praticamente o mesmo.

Assim, para fazer uma boa reportagem é importante buscar o novo, o diferente, aquilo que não está todos os dias estampado nos noticiários de televisão ou de rádio ou mesmo nos jornais. A arte de se fazer uma grande reportagem é transformar os pequeno fatos do dia-a-dia em algo que interesse ao leitor ou ouvinte. É simplesmente tornar algo que muitas vezes pode ser considerado banal em algo que atraia a atenção do público.

E não há como fazer isso dentro de uma redação de veículo de comunicação. Para um repórter que quer fazer um grande reportagem é preciso ir à rua, pois é lá que tudo acontece, já que qualquer assunto pode virar um grande matéria, desde que o repórter saiba explorar um novo ângulo por detrás daquilo que já foi divulgado. É o caso por exemplo de Gilberto Dimenstein no livro Meninas da Noite. Várias e várias vezes vemos publicados em nossa imprensa notícias sobre prostituição. Porém, Dimentein buscou uma nova face para esse assunto. Ele não apenas trouxe dados sobre índices de prostituição no país, quais os maiores estados com garotas prostitutas etc. Mas sim foi atrás dessas garotas prostitutas da Amazônia, contando a sua história, mostrando quem elas são, de onde vem, porque entraram na prostituição, entre outros, revelando com isso, o verdadeiro lado da prostituição. E é assim que as grandes reportagens vão sendo feitas....

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A prática da reportagem


Jornalismo e realidade em um livro de quem entende do assunto

O livro A Prática da reportagem, escrito por Ricardo Kotscho e publicado em 2000, é, em minha opinião, um dos melhores livros sobre a profissão do jornalista já escritos por um profissional. E isso ocorre não só pelo fato de que quem o escreveu ser um grande jornalista brasileiro, mas também pela linguagem fácil e acessível a qualquer pessoa.

No livro, Kotscho trata sobre algumas questões ligadas a profissão e afirma, com a importância de quem entende do assunto, que repórter mesmo tem que ir pra rua, porque ficar dentro da redação não faz nenhuma pauta cair sobre a sua cabeça. Além disso, o autor traz algumas dicas sobre como deve-se trabalhar com o jornalismo ( desde o levantamento de dados até a matéria pronta) e conta algumas histórias de seus trabalhos como repórter. Histórias essas que ora fazem rir, outras chorar e outras nos fazem ver como é a verdadeira realidade de nossa sociedade.

Assim, A prática da reportagem é um livro feito não só para nós aspirantes a jornalistas, ou para jornalistas já formados, mas sim para todos aqueles que admiram uma boa história e desejam saber como é realizado o verdadeiro jornalismo, algo raro de se ver nos dias atuais. Vale a pena conferir!

Crítica do filme Um Estranho no Ninho


Diferentemente do que pode parecer, o estranho que dá título ao filme Um estranho no ninho, não é um único personagem, mas sim são todas aquelas pessoas que se encontram no hospício. Eles representam todos os estranhos no ninho que existem pelo mundo. Os estranhos de uma sociedade que dita regras e padrões e que não aceita o ser diferente, aquele que se recusa a seguir normas. Tratando- os como loucos.

Um estranho no ninho, é muito bem produzido, tem qualidade técnica, de atuação, de iluminação e de efeitos. Além disso, por ser um drama, cumpre muito bem o papel esperado para esse tipo de gênero. É uma estória comovente sem ser piegas e que é capaz de prender o espectador do início ao fim, fazendo-o se emocionar ou se indignar com aquelas pessoas que estão no manicômio. Gente essa que não teve oportunidade de escolha, como todos nós temos, de decidir nossa própria vida, sendo obrigadas a parar em um local que não gostariam.

Durante toda sua história, o filme vai deixando uma série de pistas que condizem com o isolamento e a tristeza presentes naquele lugar. Um exemplo são as paredes brancas do hospital, que passam a sensação de isolamento e confinamento, assim como a trilha sonora.

E essas várias pistas, somadas a montagem do filme, permitem que a estória tenha uma continuidade, sem se perder nem mesmo com a mudança de uma cena para outra. Todas elas se encaixam perfeitamente como se tivessem sido realizadas em sequência, e assim não parecem sem sentido ao telespectador.

Um Estranho no Ninho é completo e soube fazer um tema aparentemente comum,virar algo que atrai e chama a atenção, sem ser cansativo e desviar a atenção do público.

Contextualização

Segundo o site ABC da saúde, a loucura é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos e atitudes consideradas anormais pela sociedade. Como por exemplo, ouvir vozes, enxergar pessoas, pensar que está vivendo uma situação que nunca existiu etc.

Freud, fundador da psicanálise, define a loucura como sendo a incapacidade que o indivíduo tem de se adaptar às normas do ambiente em que se encontra.

E é esse o tema central do filme One Flew Over the Cuckoo's Nest, lançado nos Estados Unidos, em 1975 e traduzido para o Brasil com o título de Um Estranho no Ninho.

O longa-metragem, dirigido por Milos Forman e estrelado pelo ator Jack Nicholson, tem a duração de 133 minutos. O roteiro foi produzido por Bo Goldman e Lawrence Hauben e o gênero a que ele pertence é o drama.

O filme conta a estória de um homem preso por pedofilia, Patrick McMurphy, ( interpretado por Nicholson), acusado de abusar sexualmente de uma menina de 15 anos, e que com a intenção de fugir da cadeia resolve se passar por louco, indo parar em um hospício.

Porém, ao adentrar no local e diante de seu contato com os pacientes, McMurphy não os vê como loucos, mas sim como marginais da sociedade, que aprenderam a ser e agir como malucos por terem sido excluídos do convívio humano. E, por isso, resolve ajudá-los a acreditarem mais neles próprios.

Um estranho no ninho
é todo real. Foi filmado em um hospício de verdade. Por isso, grande parte de seus elementos e aspectos, tais como o ambiente de confinamento, a tristeza presente, as histórias dos personagens realmente existem, o que contribui para uma maior veracidade da história contada.

Soma-se a isso o fato do filme ser uma crítica às instituições psiquiátricas americanas da época, e ao conservadorismo do partido Republicano dos Estados Unidos, que não aceitava os diferentes, mandando-os para manicômios ou hospitais, onde eram tratados rigorosamente, incluindo o tratamento de choque, tal como mostrado no filme.

O drama foi vencedor de vários prêmios, entre eles, o Oscar de 1976 (EUA) como: melhor filme, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher, que interpretou a enfermeira Mildred Ratched ) e melhor roteiro adaptado; o Globo de Ouro, de 1976 ( EUA) como: melhor filme de drama, melhor diretor, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher), melhor revelação masculina ( Brad Dourif,que interpretou Billy Bibbit) e melhor roteiro; o BAFTA de 1977 ( Reino Unido) como: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor ator coadjuvante ( Brad Dourif) e melhor edição; Prêmio Bodil de 1976 ( Dinamarca) como: melhor filme americano; o David di Donatello de 1976 ( Itália) como: melhor diretor de filme estrangeiro e melhor ator estrangeiro.





quarta-feira, 31 de março de 2010

Crianças ou adultos


Hoje andando pela rua, um menino de uns 11 anos, acompanhado de outros dois: um que aparentava ter nove e outro seis anos me abordou:
- Tia me dá dinheiro?- disse ele
- Só se você me disser o que vai comprar
- Comida...sabe o que é tia? É que lá em casa, nóis somo sete irmão e só tem nóis três pra trabalhar. Nossa mãe é doente e o pai nóis não conhece não.

Dei uns trocados para o garoto, os únicos que me restavam. Mas será que esse dinheiro vai dar o mais importante para essas crianças? O amor de uma família e o conforto de um lar? Eu diria que não! Esses três meninos representam uma parcela da nossa sociedade brasileira: crianças que começam a trabalhar cada vez mais cedo para sustentar suas famílias. Meninos que às vezes com seis, sete anos ou até menos pegando em enxadas, ajudando como podem. Outros se trocam por um prato de comida, trabalhando horas e horas seguidas em condições precárias.

Mas ainda a tempo de mudança? Sim! É preciso fazer alguma coisa para dar ALGO a mais a esses meninos e meninas do nosso país. Ao invés de trabalhar eles deveriam estar estudando, brincando. Deveriam ser crianças e não ADULTOS. Cada vez mais estão perdendo sua infância pela irresponsabilidade de alguns.

Um ato de amor


Hoje, conversando com alguns amigos sobre o que é o amor, todos foram unânimes em afirmar que é aquele sentimento que temos pelo sexo oposto, aquela vontade de estar junto, de tocar, abraçar.

Pois bem, eu digo que o amor não é só isso. Ele é algo sublime, perfeito, maravilhoso. O ato de amar não é só aquele que sentimos pelo nosso namorado (a), marido ou mulher, mas sim, podemos amar nossos pais, irmãos, tios, tias, primos, amigos...tudo isso é uma forma de amor.

E pela manhã, eu tive a oportunidade de presenciar uma das mais belas manifestações de amor! Estava eu sentada no ônibus, vindo de Pedro Leopoldo para BH. Dentro do mesmo ônibus tinha um senhorinha na frente e atrás, depois da catraca, junto com os outros passageiros, estava a filha dessa senhora, que deve ter uns 40 anos.

Só sei que, enquanto esperávamos para o ônibus sair, a senhora começou a passar mal e desceu do ônibus. A filha imediatamente, vendo sua mãe mal, pulou a catraca do ônibus. Sim, imaginem uma mulher, que não era tão nova, pulando uma catraca de ônibus ( coisa que não é fácil nem para os homens, imaginem para uma mulher e ainda mais quando essa mulher já não tem mais seus 12 ou 15 anos) e o pior é que ela estava de vestido, o que dificulta ainda mais as coisas.

Só que essa mulher não estava preocupada com as dificuldades ou com os bens materiais que deixou dentro do lotação. Ela estava interessada apenas em socorrer a sua mãe. E, depois de descer, ela ainda teve que correr de um lado para o outro, a fim de ajudar a senhora.

Primeiro, ela foi ao banheiro, onde estava a mãe, depois foi atrás de um copo de água e depois ainda teve que ir atrás de um telefone celular pra ligar para o PA.

Então, o que dizer do ato dessa mulher para com sua mãe? Isso não é amor? É sim. E é uma das mais bonitas, pois esse tipo de amor não acaba jamais.

Mc Donalds abre Universidade na China



Que tal estudar na Universidade de uma das maiores redes de fast food do mundo? É isso mesmo. O Mc Donald's, conhecido por todos devido a seus hambúrgueres e batatas fritas, está entrando em umnovo ramos de negócios.

A Empresa inaugurou, ontem, a Primeira Universidade do Hambúrguer, em Xangai na China, com o objetivo de treinar gerentes. Ou seja, diferentemente do que se possa pensar, a faculdade da rede não quer treinar atendentes ou cozinheiros, mas sim pessoas capazes de administrar bem um dos negócios mais lucrativos do mundo. A meta é de formar 5.000 profissionais ao longo dos próximos 5 anos.