terça-feira, 8 de junho de 2010


Votar ou não votar? Eis a questão

Jovens acima dos 16 anos e menores de 18 têm a permissão de votar, porém muitos não exercem o direito

O termo votação, segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, significa um processo de decisão no qual os participantes expressam a sua opinião por meio de um voto de maneira predeterminada. Dessa forma, os votos são processados e a decisão é tomada levando-se em conta alguma regra particular.

No Brasil, o voto é obrigatório para todos os cidadãos maiores de 18 e menores de 70 anos. Porém, existe uma parcela da população que, apesar de não ser obrigada, também tem o direito de votar: são os jovens brasileiros que tem 16 e 17 anos.

No entanto, apesar de terem esse direito, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil tem apenas 1,66% de eleitores desta idade ou cerca de 4 mil pessoas, o que representa somente 1,1% do total. Em se tratando de Belo Horizonte o número é ainda menor. A capital mineira tem apenas 0, 26% de eleitores menores de 18 anos. Ainda segundo o TSE, o número de jovens que tiram o título de eleitor caiu 45% desde 2006.

Os motivos para o não desejo de votar por parte desses adolescentes são variados. “Acredito que antes dos 18 anos, devido a falta de maturidade, poucas pessoas sabem da importância desse ato, eu mesmo não me sentia preparada, por isso preferi não votar” afirma Renata Silva, estudante, 19 anos, que se diz ansiosa com sua primeira votação. Já para a também estudante, Rafaela Gomes, 17 anos, a escolha de não votar se deu por outros fatos “ Só irei votar com 18 anos e mesmo assim porque serei obrigada. Acompanho política somente pelo que ouço por aí, não tenho interesse nenhum e também porque considero todos os políticos corruptos. Então se é para ficar tudo igual por quê irei votar e enfrentar aquelas filas enormes?”, revela.

Em contrapartida, existem alguns jovens que, mesmo não sendo obrigados, não abrem mão de exercerem o seu direito de cidadão. É o caso do estudante Roberto Nassif, 16 anos “ o que me motivou a votar foi a consciência de que com meu voto estou exercendo minha cidadania. Acompanho política por aquilo que aparece nos jornais, pois assim vou ficando mais preparado para o mundo, já que é impossível viver hoje sem a política, mesmo que não gostemos dela”, diz. Ao ser perguntado se já tem algum candidato Roberto responde sem hesitação: Ainda não. Primeiro quero ver as propostas deles, analisá-los bem para poder escolher o melhor.

Um outro motivo que pode levar os jovens a votarem antes da idade obrigatória é a curiosidade “ Sempre gostei muito de saber das coisas e isso me motivou a votar antes dos 18 anos. Na verdade, na época em que votei, aos 17, assistia o horário eleitoral e me entusiasmei para votar porque queria participar da decisão política do país. Foi na última votação para presidente que teve há quatro anos”, informa a estudante de jornalismo Camila Freire, 21 anos. “ Atualmente tenho me interessado mais por política, e acho que isso se deve um pouco também devido a profissão que escolhi. Não que fique procurando vasculhar os detalhes da vida dos políticos, mas mantenho o foco nas notícias que saem nos jornais e, muito de vez, em quando nos sites do Senado, da Assembleia Legislativa. Do contrário, na época em que votei pela primeira vez, só acompanhei durante o ano eleitoral, pois era um assunto que não me interessava”, conclui.

O sociólogo e vice-presidente do Sindicato dos Sociólogos de São Paulo (SINSESP) Ricardo Antunes de Abreu explica que um dos fatos que podem levar a esse desejo dos adolescentes de quererem votar são os escandâlos políticos “ao mesmo tempo que a corrupção no país pode fazer os jovens desacreditarem das instituições políticas e da democracia, ela também pode, por outro lado, induzir a participação política desses menores, por buscarem a renovação e a transformação da sociedade”, afirma Ricardo. “ Além disso, vivemos na era da informação rápida ( twitter e redes sociais) e das diferentes formas de comunicação, como os celulares, onde o jovem tem recebido e trocado informações, pois estão sintonizados com as principais mídias. Tudo isso possibilita sua inserção e entrada prévia na vida política do país”, completa o profissional.

A participação política dos jovens também pode estar ligada aos programas sociais, como, por exemplo, o Bolsa Família “ Estava disposta a não votar. Não gosto e nunca gostei de política e também não entendo nada de eleições. Porém, meu irmão mais velho me convenceu a votar. Ele disse que se não vencer algum candidato apoiado pelo Lula corremos o risco de perder o Bolsa Família, que ajuda muito lá em casa. Agora vou votar. Não podemos perder esse benefício”, diz a estudante Jussara Fernandes, que completa 16 anos em agosto.

“Independentemente dos motivos, a participação dos menores na vida política do país está condicionada ao interesse, ao acesso à informação e a capacidade do jovem de interepretá-la. Esse processo se dá via família, comunidade, escola, etc, ou seja, ao grupo no qual o jovem está vinculado. Neste sentido, a importância do voto dos adolescentes na sociedade é respaldada no interesse dele em políticas voltadas para o segmento, como o ProUni ou a política de cotas e na representação do novo ou algo relacionado à transformação da sociedade”, explica Ricardo. “ A participação precoce do jovem na política denota uma perspectiva de vida melhor para ele e para o futuro do país, em que ele vota e renova a política e os políticos”, finaliza.

Se liga 16!

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) realiza este ano a campanha Se liga 16! 2010 é a nossa vez! com o objetivo de incentivar os jovens a votarem. A campanha é destinada aos menores de 18 anos que já podem ter seu título de eleitor e eleger seus representantes políticos .

O projeto é realizado em todo o Brasil pela UBES,em conjunto com as entidades estudantis de cada estado, e circula nas escolas, buscando fazer a ponte entre o jovem e a democracia. Ao usar uma linguagem próxima a esses garotos e garotas, a campanha pretende mobilizá-los com relação as eleições e fazê-los se interessar por votar.

Além da campanha nas salas de aula, também foram enviadas mensagens nas redes sociais (twitter) e no portal da própria UBES para conscientizar os jovens sobre a importância do voto. Segundo a UBES, o intuito da campanha é incentivar os jovens a tirar o título de eleitor e estimular o voto consciente. O projeto Se liga 16! Foi inspirado no movimento que pedia, em 1988, o voto facultativo para os jovens de 16 e 17 anos.

Uma história das eleições

A história do voto no Brasil teve início em 23 de janeiro de 1532, com a primeira eleição organizada no país. Ela ocorreu na Vila de São Vicente, em São Paulo e foi convocada pelo donatário da capitania Martim Afonso de Souza, com o objetivo de escolher o conselho administrativo da vila.

A votação foi feita de forma indireta, as pessoas primeiro elegeram seis representantes, e estes, por sua vez, escolheram os oficiais do Conselho. Estas eleições seguiram as normas da legislação de portugal, o Livro das Ordenações, elaborado em 1603. As únicas condições exigidas ao eleitor eram a idade mínima de 25 anos e residência no domicílio da circunscrição.

Foi somente em 1821, que as pessoas deixaram de votar apenas em âmbito municipal. As eleições desta época foram para eleger 72 representantes junto à corte portuguesa. Foram eleitos representantes do Brasil para as Cortes Gerais, Extraordinárias e Constituintes. Como não havia uma lei eleitoral brasileira, as eleições foram baseadas na Constituição Espanhola. Puderam votar nestas eleições todos os homens livres, inclusive os analfabetos.

Nesse período, o Brasil perdeu a condição de colônia de Portugal e tornou-se Reino Unido a Portugal e Algarves, resultando desse processo, a proclamação da independência do Brasil, por Dom Pedro I.

E como um novo sistema político também pede novas regras eleitorais e novos representantes o Brasil ganhou sua primeira constituição, que foi outorgada por D. Pedro I, em 1824, definindo desta forma, as primeiras leis do sistema eleitoral brasileiro.

De acordo com essa constituição foi criada a Assembleia Geral, sendo este o órgão máximo do Poder Legislativo, composta pelo Senado e pela Câmara dos deputados, eleitos pelos súditos do Império. Nesta época, o voto era obrigatório, porém só podiam votar os homens maiores de 25 anos, com exceção dos casados e oficiais militares, que podiam votar aos 21, e aqueles com uma renda determinada. Eram, por assim dizer, excluídos as mulheres, os assalariados em geral, os soldados, os índios e os escravos, além dos religiosos ou quaisquer outros que vivessem em comunidade claustral; os libertos e serventes de repartições e estabelecimentos públicos.

As eleições ocorriam em quatro graus:

1º os cidadãos da província votavam em outros eleitores- os compromissários

2º os compromissários elegiam os eleitores da paróquia

3º Estes elegiam os eleitores de comarca

4º E por último, os eleitores da comarca elegiam os deputados.

Já os senadores, eram nomeados pelo imperador. Até o final do Império, somente 1,5% da população tinha direito ao voto.

Na República o quadro não foi diferente. A primeira eleição direta para presidente da República só ocorreu em 1894 e mesmo assim, o eleito, Prudente de Morais, chegou ao poder com os votos de apenas 2% da população da época. Eram impedidos de votar os menores de 21 anos, as mulheres, os analfabetos, mendigos, soldados rasos, indígenas e integrantes do clero. A grande maioria do povo brasileiro continuava excluída do seu direito de cidadão. Este quadro só foi sendo modificado ao longo do século 20. Um exemplo disso, foi o voto feminino que só ocorreu pela primeira em 1935.

Até a constituição de 1988, o voto era negado aos analfabetos, aos soldados e aos marinheiros. Somente em 1990, os analfabetos e menores de 18 anos e maiores de 16 tiveram o direito a votar, embora o voto seja, até hoje, facultativo.

Atualmente, são obrigados a votar todos os brasileiros maiores de 18 anos e menores de 70. No entanto, estão excluídos das eleições os estrangeiros e os que prestam o serviço militar obrigatório.




quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cachoeira do Tabuleiro


Olha que linda...está é a cachoeira do Tabuleiro, localizada em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, cerca de 2 horas da capital Belo Horizonte. Essa cachoeira é a 3ª maior do Brasil e tem 273 metros de altura. Se for a Conceição vale a pena ir lá e conferir. O duro mesmo é só chegar até lá. É uma hora de caminhada para ir e outra pra voltar, isso em um terreno íngreme e beeeemm acentuado...mas a beleza da cachoeira vale qualquer esforço!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Abolição da escravatura


Hoje, 13 de maio, é comemorado o dia da abolição da escravatura no Brasil.
E você sabe como se deu a história da escravidão? E a abolição? Confira aqui no Baú de informações.

Na época da nossa colonização não havia mão de obra para a realização dos trabalhos manuais que precisavam ser feitos. Assim, os portugueses ( nossos colonizadores) começaram a usar o trabalho dos índios nas lavouras, porém isso não deu certo, já que os religiosos se colocaram em defesa dos índios e impediram tal tratamento. Sem saída, os portugueses foram em busca dos negros da África e dessa forma, os escravizaram.

Os negros chegavam aqui trazidos do continente agricano em porões de navios negreiros. Como as condições dentro desses navios eram péssimas muitos morriam durante a viagem. Quando aqui chegavam os negros sobrevivente eram vendidos à senhores de engenho e fazendeiros, que os escravizavam. E assim o ciclo da escravidão ia se formando. Ele permaneceu por 300 anos. E o maior motivo para tal fato foi o fator econômico, já que esta era a única mão de obra existente na época.

No entanto, a partir de 1870, a região Sul do país, começou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; na região Norte os engenhos foram substituídos por usinas, nas principais cidades foram surgindo indústrias,o que permitiu com que o número de escravos diminuísse.

Portanto, o primeiro passo para o fim da escravidão se deu em 1850, com o término do tráfico negreiro. Vinte anops depois foi a vez da Lei do Ventre livre, responsável por tornar livres os filhos de escravos que nascessem depois de sua promulgação.

Já em 1885 entrou em vigor a Lei dos Sexagenários que libertava os maiores de 65 anos e assim por diante, até em que 1888, ocorreu a abolição da escravatura através da promulgação da Lei Áurea pela princesa Isabel. Essa lei representou uma conquista não só para os negros, mas também para o Brasil, que pode pelo menos em parte se livrar de um preconceito existente em nossa sociedade.

Digo em partes, porque o preconceito ainda existe em nossa sociedade até hoje. Preconceito esse que não é apenas pelos negros, mas também pelos índios, pelos pobres, mestiços, mães solteiras, gays, etc. É um preconceito contra qualquer pessoa que se mostre diferente. Preconceito esse que impede o desenvolvimento de nosso país e que o prejudicam de crescer.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Embalagem evita desperdício e aumenta lucro


O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de hortaliças do mundo, perdendo apenas para a China e a Índia. O PIB brasileiro gerado por esses produtos gira em torno de 17 milhões de dólares. São 19. 302 toneladas produzidas em uma área de 808 mil hectares, de acordo com dados do IBGE. Porém, estimativas de especialistas apontam que 30% de toda essa produção é perdida, no caminho entre o campo e a chegada ao consumidor, o que dá um total de 5 bilhões de dólares desperdiçados a cada ano. E mais: pesquisas realizadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo mostraram que 50% das perdas (2,5 bilhões de dólares) são causadas pelo mau uso de embalagens.


Em Minas Gerais, uma boa notícia: os agricultores da comunidade de Bamburral, no município de Jaboticatubas, encontraram uma saída para o problema. Há oito anos, 20 produtores embalam suas verduras e legumes em bandejas de isopor ou PET, envoltas com filme PVC, com exceção do broto de feijão, comercializado em saquinhos de polietileno.


O extensionista local da Emater-MG em Jaboticatubas, Osmar José da Silva, conta que os produtores familiares da região adotaram a prática iniciada por Takazuki Esaki, um grande produtor que foi pioneiro na embalagem de hortaliças. “A Emater-MG adaptou a tecnologia para os pequenos produtores e incentiva a organização em grupos de produção. A estratégia deu tão certo que continua até hoje”, comemora Osmar.


Como consequência do projeto surgiu o Barracão do Produtor, um local em que se embala, classifica e verifica a qualidade dos produtos que serão vendidos. “O barracão melhora a qualidade de produto, a embalagem, a classificação”, explica Osmar. “Hoje cada um tem a sua produção, porém temos o intuito de ter um produto conjunto do barracão”, planeja.


Alguns produtos embalados atualmente são pepino japonês, tomate cereja, tomate, brocólis, couve-flor, ervilha e pimentão, abóbora menina, brócolo, couve flor, moyashi, quiabo, nabo, rabanete, vagem, ervilha, pimenta, cana, etc.


No total, são entre 20 e 30 variedades diferentes. O processo de embalagem é realizado de duas a três vezes por semana, geralmente aos domingos, terças e quintas-feiras. Após a embalagem, um caminhão leva os produtos para a Ceasa, em Contagem. 95% dos produtos são comercializados lá, os outros 5% são vendidos no comércio local. De acordo com o produtor Júlio Esaki, filho de Takasuki, a embalagem dos produtos melhora muito a sua qualidade. “O grande vilão, hoje, dos hortifrutigranjeiros é a perda do produto, por danos no transporte. Se estão protegidos, isso não acontece”, diz. “ A vantagem não é só para o produtor, mas para o comerciante que evita perda de produtos e também para o consumidor, que compra somente a quantidade que vai necessitar, evitando o desperdício”, conclui.


Produtores com marca própria


Outras vantagens: além de vender um produto com qualidade, fracionado na quantidade certa para ser consumida, há a possibilidade de se agregar valor ao produto e fazer sua propaganda por meio da rotulagem, que serve como referência para o consumidor, pois inclui o local origem. “Quando a pessoa compra um produto da comunidade Bamburral e gosta, isso vai levá-la a adquirir também outros produtos produzidos por lá”, justifica.


Outro ponto citado por Júlio é o lucro do processo de embalagem. Apesar do custo do investimento, o retorno é compensador. Para o acondicionamento em bandejas (de PET ou isopor), o custo sai a R$ 0,15%. O lucro porém pode chegar a até 200%.


Depende muito do produto, porém cada bandeja pode ser vendida por R$ 1,40, R$ 2,00, dessa forma, vendendo 40 bandejas podemos vender por até R$ 80”, calcula o produtor. Segundo o extensionista da Emater, a assiduidade do plantio ajuda muito. “Planta menos, mas planta sempre. Assim, se produz de forma racional, evitando o desperdício.”

Mesmo com a grande disponibilidade de verduras e legumes no país, sua comercialização está limitada devido a serem altamente perecíveis. Por isso, existem algumas regras de acondicionamento desses produtos. A primeira é fazer uma cuidadosa seleção, para não misturar doentes com sadios, evitando-se assim a proliferação de pragas e doenças. Outros pontos importantes são: evitar o contato direto dos produtos embalados com o solo; desinfetar os produtos antes do uso; as embalagens devem ser armazenadas em um local seco e limpo. Além disso, não só devem proteger os produtos contra danos, mas também identificá-los. O extensionista Osmar justifica: “Além da embalagem garantir a qualidade, o produtor passa a ter uma marca. No caso da comunidade de Bamburral eles tem um rótulo próprio e são conhecidos por isso.”


Quiabo dura mais


Evitar desperdícios no transporte e aumentar a renda dos produtores rurais. Esse é o objetivo da estratégia de produtores de quiabo do município de Paraopeba. A ideia surgiu em setembro de 2006, após a produtora Maria Veiga ter embalado e vendido sementes de pequi para a Ceasa. Depois da experiência, Maria comprou três caixas de madeira com quiabo, embalou o legume e vendeu para a distribuidora. Como a estratégia deu certo, a produtora aumentou o negócio.


Perde-se muito o produto pelo manuseio. O quiabo escurece rapidamente, a ponta quebra”, confirma a extensionista da Emater-MG no município, Maristane Souza. “Por isso, a tática da embalagem tem dado certo”, conclui.


Atualmente, dos 50 produtores de quiabo de Paraopeba (o número é variável, modifica-se a cada safra, devido à rotação de culturas) quatro são também embaladores. Os produtores Maria da Veiga, Rangel Moreira e Washington Geral Figueiredo foram além e, além de adotarem a embalagem para seus produtos, ainda compram a produção de terceiros. Já Elcio Luiz Eustáquio acondiciona apenas própria colheita.


O processo de embalagem do quiabo acontece três vezes na semana: às terças e quintas-feiras e aos sábados. A produtividade de cada produtor é de 300 bandejas por dia. De acordo com Maria da Veiga, cada bandeja, de 410 gramas, gera lucro de R$ 0,10 a 0,25.


Desde a criação do projeto, não houve resistência dos produtores. “Surgiram novos compradores e assim os produtores ficaram livres de pagar o frete”, explica Maria da Veiga, que acrescenta: “Da parte dos consumidores, a recepção também foi positiva. Eles recebem um produto já selecionado no ponto certo de consumo e com risco de perda menor, já que pode ser consumido em até 6 dias”.


Esse processo, no caso do meu filho, Washington, foi muito positivo, pois com o embalamento houve uma utilização mais eficiente da mão de obra e com isso ele tem o pessoal ocupado o ano todo”, diz João Emanuel, pai de Washington. Ele emprega 12 pessoas que trabalham durante quatro horas por dia para embalar 100 caixas de 20 bandejas. Assim, são embaladas cerca de 2 mil bandejas por vez, três vezes na semana. Por mês, saem do barracão 24 mil bandejas, a um lucro de R$ 0,10 a R$ 0,25 cada.


Para os supermercados, a iniciativa também é aprovada, uma vez que com as bandejas há menor perda do produto e aumento do tempo de permanência nas bancas, que passou de três para seis dias. Outro ponto positivo é que o quiabo já vem selecionado do campo, com isso, a qualidade do produto e a aparência melhoraram. E, por isso, também houve um aumento do lucro.


Paraopeba, o maior município produtor de quiabo do Estado, colheu, em 2009, cerca de 1,7 mil toneladas até setembro, em uma área de 115 hectares. O grande volume obtido em poucos meses torna ainda mais importante a logística de distribuição, para evitar que o quiabo passe do ponto de colheita e que os produtores tenham prejuízos com a cultura.






sexta-feira, 30 de abril de 2010

Reportagem: a arte de buscar o diferencial


Como diria o grande jornalista Ricardo Kotscho para ser um bom repórter não basta apenas saber escrever bem, mas sim é importante saber realizar a arte de informar para transformar. Dessa forma, como uma boa reportagem pressupõe um bom repórter, o princípio que rege as duas coisas é praticamente o mesmo.

Assim, para fazer uma boa reportagem é importante buscar o novo, o diferente, aquilo que não está todos os dias estampado nos noticiários de televisão ou de rádio ou mesmo nos jornais. A arte de se fazer uma grande reportagem é transformar os pequeno fatos do dia-a-dia em algo que interesse ao leitor ou ouvinte. É simplesmente tornar algo que muitas vezes pode ser considerado banal em algo que atraia a atenção do público.

E não há como fazer isso dentro de uma redação de veículo de comunicação. Para um repórter que quer fazer um grande reportagem é preciso ir à rua, pois é lá que tudo acontece, já que qualquer assunto pode virar um grande matéria, desde que o repórter saiba explorar um novo ângulo por detrás daquilo que já foi divulgado. É o caso por exemplo de Gilberto Dimenstein no livro Meninas da Noite. Várias e várias vezes vemos publicados em nossa imprensa notícias sobre prostituição. Porém, Dimentein buscou uma nova face para esse assunto. Ele não apenas trouxe dados sobre índices de prostituição no país, quais os maiores estados com garotas prostitutas etc. Mas sim foi atrás dessas garotas prostitutas da Amazônia, contando a sua história, mostrando quem elas são, de onde vem, porque entraram na prostituição, entre outros, revelando com isso, o verdadeiro lado da prostituição. E é assim que as grandes reportagens vão sendo feitas....

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A prática da reportagem


Jornalismo e realidade em um livro de quem entende do assunto

O livro A Prática da reportagem, escrito por Ricardo Kotscho e publicado em 2000, é, em minha opinião, um dos melhores livros sobre a profissão do jornalista já escritos por um profissional. E isso ocorre não só pelo fato de que quem o escreveu ser um grande jornalista brasileiro, mas também pela linguagem fácil e acessível a qualquer pessoa.

No livro, Kotscho trata sobre algumas questões ligadas a profissão e afirma, com a importância de quem entende do assunto, que repórter mesmo tem que ir pra rua, porque ficar dentro da redação não faz nenhuma pauta cair sobre a sua cabeça. Além disso, o autor traz algumas dicas sobre como deve-se trabalhar com o jornalismo ( desde o levantamento de dados até a matéria pronta) e conta algumas histórias de seus trabalhos como repórter. Histórias essas que ora fazem rir, outras chorar e outras nos fazem ver como é a verdadeira realidade de nossa sociedade.

Assim, A prática da reportagem é um livro feito não só para nós aspirantes a jornalistas, ou para jornalistas já formados, mas sim para todos aqueles que admiram uma boa história e desejam saber como é realizado o verdadeiro jornalismo, algo raro de se ver nos dias atuais. Vale a pena conferir!

Crítica do filme Um Estranho no Ninho


Diferentemente do que pode parecer, o estranho que dá título ao filme Um estranho no ninho, não é um único personagem, mas sim são todas aquelas pessoas que se encontram no hospício. Eles representam todos os estranhos no ninho que existem pelo mundo. Os estranhos de uma sociedade que dita regras e padrões e que não aceita o ser diferente, aquele que se recusa a seguir normas. Tratando- os como loucos.

Um estranho no ninho, é muito bem produzido, tem qualidade técnica, de atuação, de iluminação e de efeitos. Além disso, por ser um drama, cumpre muito bem o papel esperado para esse tipo de gênero. É uma estória comovente sem ser piegas e que é capaz de prender o espectador do início ao fim, fazendo-o se emocionar ou se indignar com aquelas pessoas que estão no manicômio. Gente essa que não teve oportunidade de escolha, como todos nós temos, de decidir nossa própria vida, sendo obrigadas a parar em um local que não gostariam.

Durante toda sua história, o filme vai deixando uma série de pistas que condizem com o isolamento e a tristeza presentes naquele lugar. Um exemplo são as paredes brancas do hospital, que passam a sensação de isolamento e confinamento, assim como a trilha sonora.

E essas várias pistas, somadas a montagem do filme, permitem que a estória tenha uma continuidade, sem se perder nem mesmo com a mudança de uma cena para outra. Todas elas se encaixam perfeitamente como se tivessem sido realizadas em sequência, e assim não parecem sem sentido ao telespectador.

Um Estranho no Ninho é completo e soube fazer um tema aparentemente comum,virar algo que atrai e chama a atenção, sem ser cansativo e desviar a atenção do público.

Contextualização

Segundo o site ABC da saúde, a loucura é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos e atitudes consideradas anormais pela sociedade. Como por exemplo, ouvir vozes, enxergar pessoas, pensar que está vivendo uma situação que nunca existiu etc.

Freud, fundador da psicanálise, define a loucura como sendo a incapacidade que o indivíduo tem de se adaptar às normas do ambiente em que se encontra.

E é esse o tema central do filme One Flew Over the Cuckoo's Nest, lançado nos Estados Unidos, em 1975 e traduzido para o Brasil com o título de Um Estranho no Ninho.

O longa-metragem, dirigido por Milos Forman e estrelado pelo ator Jack Nicholson, tem a duração de 133 minutos. O roteiro foi produzido por Bo Goldman e Lawrence Hauben e o gênero a que ele pertence é o drama.

O filme conta a estória de um homem preso por pedofilia, Patrick McMurphy, ( interpretado por Nicholson), acusado de abusar sexualmente de uma menina de 15 anos, e que com a intenção de fugir da cadeia resolve se passar por louco, indo parar em um hospício.

Porém, ao adentrar no local e diante de seu contato com os pacientes, McMurphy não os vê como loucos, mas sim como marginais da sociedade, que aprenderam a ser e agir como malucos por terem sido excluídos do convívio humano. E, por isso, resolve ajudá-los a acreditarem mais neles próprios.

Um estranho no ninho
é todo real. Foi filmado em um hospício de verdade. Por isso, grande parte de seus elementos e aspectos, tais como o ambiente de confinamento, a tristeza presente, as histórias dos personagens realmente existem, o que contribui para uma maior veracidade da história contada.

Soma-se a isso o fato do filme ser uma crítica às instituições psiquiátricas americanas da época, e ao conservadorismo do partido Republicano dos Estados Unidos, que não aceitava os diferentes, mandando-os para manicômios ou hospitais, onde eram tratados rigorosamente, incluindo o tratamento de choque, tal como mostrado no filme.

O drama foi vencedor de vários prêmios, entre eles, o Oscar de 1976 (EUA) como: melhor filme, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher, que interpretou a enfermeira Mildred Ratched ) e melhor roteiro adaptado; o Globo de Ouro, de 1976 ( EUA) como: melhor filme de drama, melhor diretor, melhor ator ( Jack Nicholson), melhor atriz ( Louise Fletcher), melhor revelação masculina ( Brad Dourif,que interpretou Billy Bibbit) e melhor roteiro; o BAFTA de 1977 ( Reino Unido) como: melhor filme, melhor diretor, melhor ator, melhor atriz, melhor ator coadjuvante ( Brad Dourif) e melhor edição; Prêmio Bodil de 1976 ( Dinamarca) como: melhor filme americano; o David di Donatello de 1976 ( Itália) como: melhor diretor de filme estrangeiro e melhor ator estrangeiro.





quarta-feira, 31 de março de 2010

Crianças ou adultos


Hoje andando pela rua, um menino de uns 11 anos, acompanhado de outros dois: um que aparentava ter nove e outro seis anos me abordou:
- Tia me dá dinheiro?- disse ele
- Só se você me disser o que vai comprar
- Comida...sabe o que é tia? É que lá em casa, nóis somo sete irmão e só tem nóis três pra trabalhar. Nossa mãe é doente e o pai nóis não conhece não.

Dei uns trocados para o garoto, os únicos que me restavam. Mas será que esse dinheiro vai dar o mais importante para essas crianças? O amor de uma família e o conforto de um lar? Eu diria que não! Esses três meninos representam uma parcela da nossa sociedade brasileira: crianças que começam a trabalhar cada vez mais cedo para sustentar suas famílias. Meninos que às vezes com seis, sete anos ou até menos pegando em enxadas, ajudando como podem. Outros se trocam por um prato de comida, trabalhando horas e horas seguidas em condições precárias.

Mas ainda a tempo de mudança? Sim! É preciso fazer alguma coisa para dar ALGO a mais a esses meninos e meninas do nosso país. Ao invés de trabalhar eles deveriam estar estudando, brincando. Deveriam ser crianças e não ADULTOS. Cada vez mais estão perdendo sua infância pela irresponsabilidade de alguns.

Um ato de amor


Hoje, conversando com alguns amigos sobre o que é o amor, todos foram unânimes em afirmar que é aquele sentimento que temos pelo sexo oposto, aquela vontade de estar junto, de tocar, abraçar.

Pois bem, eu digo que o amor não é só isso. Ele é algo sublime, perfeito, maravilhoso. O ato de amar não é só aquele que sentimos pelo nosso namorado (a), marido ou mulher, mas sim, podemos amar nossos pais, irmãos, tios, tias, primos, amigos...tudo isso é uma forma de amor.

E pela manhã, eu tive a oportunidade de presenciar uma das mais belas manifestações de amor! Estava eu sentada no ônibus, vindo de Pedro Leopoldo para BH. Dentro do mesmo ônibus tinha um senhorinha na frente e atrás, depois da catraca, junto com os outros passageiros, estava a filha dessa senhora, que deve ter uns 40 anos.

Só sei que, enquanto esperávamos para o ônibus sair, a senhora começou a passar mal e desceu do ônibus. A filha imediatamente, vendo sua mãe mal, pulou a catraca do ônibus. Sim, imaginem uma mulher, que não era tão nova, pulando uma catraca de ônibus ( coisa que não é fácil nem para os homens, imaginem para uma mulher e ainda mais quando essa mulher já não tem mais seus 12 ou 15 anos) e o pior é que ela estava de vestido, o que dificulta ainda mais as coisas.

Só que essa mulher não estava preocupada com as dificuldades ou com os bens materiais que deixou dentro do lotação. Ela estava interessada apenas em socorrer a sua mãe. E, depois de descer, ela ainda teve que correr de um lado para o outro, a fim de ajudar a senhora.

Primeiro, ela foi ao banheiro, onde estava a mãe, depois foi atrás de um copo de água e depois ainda teve que ir atrás de um telefone celular pra ligar para o PA.

Então, o que dizer do ato dessa mulher para com sua mãe? Isso não é amor? É sim. E é uma das mais bonitas, pois esse tipo de amor não acaba jamais.

Mc Donalds abre Universidade na China



Que tal estudar na Universidade de uma das maiores redes de fast food do mundo? É isso mesmo. O Mc Donald's, conhecido por todos devido a seus hambúrgueres e batatas fritas, está entrando em umnovo ramos de negócios.

A Empresa inaugurou, ontem, a Primeira Universidade do Hambúrguer, em Xangai na China, com o objetivo de treinar gerentes. Ou seja, diferentemente do que se possa pensar, a faculdade da rede não quer treinar atendentes ou cozinheiros, mas sim pessoas capazes de administrar bem um dos negócios mais lucrativos do mundo. A meta é de formar 5.000 profissionais ao longo dos próximos 5 anos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Recordes brasileiros

Tem gente fazendo de tudo para entrar no livro dos Recordes Brasileiros, o RankBrasil. É cada uma, que as vezes dá até pra duvidar...

Por acaso você sabe quem fez o maior percurso de costas em uma corrida?
O recorde foi atribuído ao ex-professor de educação física, hoje, agente de segurança federal, Durval Moreira Júnior, de 38 anos, que correu 10 km de costas na XVI Corrida de Reis da cidade de Cuiabá ( Mato Grosso).

E a maior língua do mundo? Você sabe de quem é?
Ela pertence a Igor Fabrício Mascarenhas Esteves, morador de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A língua de Igor mede exatos 13 cm.

E o maior cabelo brasileiro? É do estudante Brandon Lee, de Santa Rita, na Paraíba. Seu cabelo mede 1,20 de comprimento, enquanto o garoto tem 1, 38 de altura. A diferença é de apenas 18 cm.

A decisão de deixar o cabelo de Lee crescer foi do taxista Aderaldo Batista dos Santos, pai do garoto. O menino nasceu prematuro e teve uma parada respiratória. Então, o pai resolveu fazer a promessa de que se o filho não morresse, ele ficaria 5 anos sem cortar o cabelo. Porém, o tempo passou e o garoto não quis cortar o cabelo.

Atualmente, Lee gasta cerca de 20 minutos do dia apenas para cuidar dos cabelos, tarefa que cabe a avó materna.

Quais serão os próximos recordes brasileiros? Vai querer concorrer?











sexta-feira, 12 de março de 2010

Mídias: surgimento, problemas, futuro e soluções

Você sabe o que são mídias digitais? E como as mídias surgiram no mundo? Leia e confira.

Falar sobre mídias digitais, nos dias de hoje, é tão comum que, até mesmo as crianças que mal acabaram de nascer já sabem do que se trata. Porém, isso nem sempre foi assim.

O século XX marcou a velocidade e a mobilidade da vida das pessoas. É o período dos experimentos e da tentativa de transmissão de sinais à distância. Mas, nem todos aceitaram bem essas mudanças no seu cotidiano. A tendência foi a desorientação. É então, em meio a essa turbulência, que a opinião pública penetra na vida doméstica dos indivíduos sob a forma das mídias, principalmente através do jornal. Eles surgem em grande número e em quase todos os locais do planeta.

Porém, a guerra de 1914 abala essa estrutura mal formada da imprensa. Ao mesmo tempo, surge o rádio, como um concorrente de peso. Ele constrói uma nova relação com a sociedade, apesar de em seu início não ser um meio de transmissão de informação e sim um instrumento de uso militar.

As guerras, principalmente as Mundiais, foram importantíssimas para o advento da imprensa. Foi durante a 2ª Guerra Mundial (1939), que a tecnologia passou a ser mais aceita pelas pessoas. Elas perceberam como os inventos podiam trazer conforto e acabaram se apropriando deles. Assim, a consequência positiva do conflito foi o avanço tecnológico.

Com o fim da guerra, o rádio passa a ser um instrumento de entretenimento em meio ao advento da urbanização, que faz com que diversos imigrantes passassem a procurar outras cidades ou países com melhores condições de vida. Por não conhecerem seus vizinhos e nem terem parentes nesses locais, essas pessoas têm no rádio o seu grande amigo.

A aceleração dos ritmos do cotidiano e a invasão da tecnologia, somados a ampliação do papel da visão como fonte para orientar e interpretar os fluxos provocaram mudanças nas formas de percepção sensoriais das populações das grandes metrópoles. É nesse contexto que a TV atinge seu período áureo. O rádio se torna um meio complementar. O que é visto por toda a família na TV, depois é escutado individualmente no rádio.

Esse período dos anos 1950 aponta a independência dos indivíduos, um maior grau de intelectualização, expansão da produção de massa e a valorização do público jovem. O público, dessa forma, passa a ser interpretado agora como consumidor dos bens produzidos em larga escala pela indústria.

Durante essa época, a informação passa a ser dominada pela TV, seguida pelo rádio. O jornal e as revistas passam a segundo plano, ocupando as lacunas dos meios audiovisuais, com informações mais aprofundadas, especializadas ou locais.

O rádio e a televisão imperam porque são mais rápidos e podem chegar a todos os lugares e pessoas.

Nos anos 1970, tem início a era da globalização, com o surgimento das redes de computadores, comunicação por satélite, cabos de fibras óticas e mecanismos eletrônicos de transferência de dados e informações em alta velocidade.

No fim do século XX e início do XXI as informações passam a chegar com rapidez e facilidade às pessoas em diferentes locais do globo. A televisão, nesse contexto, é fonte primária de entretenimento e informação de massa em todo o mundo.

É nessa época também, que surge a internet. Ela permite um maior acesso e troca de informações, por pessoas diferentes, nos mais diversos locais do mundo. Além disso, é através da internet que a mobilidade, antes difícil e dependente de navios para acontecer, passou a existir em escala virtual.

Com o advento da internet, o mundo necessita existir em escala global.

O século XXI passa a acontecer através da mobilidade. A telefonia celular encaminha as plataformas de comunicação para o contexto da individualização e da personalização. As operadoras de celular já estão procurando outros caminhos para existir sem ser somente através das ligações.

Um dos caminhos possíveis para o futuro será a passagem dessas operadoras a provedores de conteúdo. No Brasil, inclusive, já existem serviços de televisão no celular, acesso a internet e as rádios.

Outro ponto que vem sendo questionando nos dias atuais é a convergência das mídias, em que são reunidas em um só local, diversas mídias diferentes, tais como imagens, áudio, textos. Algumas empresas, como por exemplo, os Diários Associados, já estão migrando para esse tipo de tecnologia.

Na época em que vivemos é necessário se adaptar, pois quem não o fizer corre o risco de desaparecer ou perder lugar para seus concorrentes. Ficar atento às novas tecnologias é a melhor solução.

A Bela vida dentro dos lotações

Na volta para casa, ontem, ônibus cheio, com várias pessoas em pé, mas não lotado...mesmo assim, vários absurdos.

O primeiro deles: com espaço vazio no fundo do ônibus, um monte de gente entrando e ninguém, digo NINGUÉM, deu um passo para trás para dar lugar aos que entravam.

O resultado? Bem, uma verdadeira aglomeração de pessoas na parte dianteira do ônibus, antes da roleta. sim...aquele espaço mínimo, que mal cabe uns 5 indivíduos, foi superlotado por mais de vinte, todos espremidos. Isso, em um pedaço do caminho, porque quanto mais nos aproximávamos de nosso destino, mais gente ia entrando.

Porém, os quesitos absurdos não param por aí. Em uma parte de nossa jornada, uma senhora, que devia ter lá pelos seus 70 anos, entrou no busão, já lotado de gente. Pois bem, não tinha como ir sentada...só que, uma pessoa educada e decente que se preze, deveria ter levantado e dado lugar para a idosa. No entanto, ninguém, repetindo...NINGUÉM...nem se ofereceu para ela se sentar.

Sabem o que foi mais absurdo ainda? É que aquelas pessoas que estavam os bancos de quem tem mais de 60 anos, salvo uns dois ou três realmente idosos, eram todos jovens, com no máximo uns 35 anos...isso chutando pra cima, porque deveriam ter bem menos.

O cobrador?? Bom, esse bem que tentou dar umas indiretas e pedir pro povo deixar a senhora sentar, mas não foi ouvido. Por fim, desistindo, afirmou cabisbaixo "É, não adianta pedir...é sempre assim".

E a coitada da mulher teve que ir em pé, mais de 1 hora de viagem. Quando chegamos, ela estava cansada e com as pernas todas doloridas.

É assim que a vida acontece dentro das lotações desse nosso Brasil...

quinta-feira, 11 de março de 2010

Profissão: Jornalista


Hoje, conversando com uma amiga, também estudante de jornalismo, ela me fez pensar sobre o que as pessoas pensam da profissão de jornalista e me fez ver a realidade dos fatos. Por isso, resolvi escrever aqui no blog e comentar sobre isso.

A grande maioria das pesssoas pensa que a profissão de jornalista é muito fácil...que basta arrumar um emprego e pronto: rios de dinheiro cairão em nossas mãos como mágica. É o tal do: você vai formar e trabalhar na Tv! ...Vai ser igual a Fátima Bernades, no caso das meninas ou igual ao Bonner, dizem para os meninos.

Porém, a realidade dos fatos é bem diferente. Primeiro, porque grande parte dos jornalistas ganha pouco ou melhor dizendo quase nada. Algumas profissões que nem precisam de ensino superior ganham bem mais que nós. Com muita sorte, se consegue ganhar um pouquinho mais que os R$ 1.200 do piso salarial.

Outro ponto é que há muita concorrência para um mercado cada vez mais restrito. Soma-se a isso, o fato de que alguns chefes de redações, jornais, revistas, rádio, tv e até mesmo assessorias de imprensa só contratam os seus protegidos, o que diminui ainda mais o nosso campo de trabalho.

Jornalista também rala muito...e não só em dias de semana, mas também sábados, domingos e feriados.

E aí para conseguir um lugar ao sol tem que ter muita sorte e ralar muito antes...porque mesmo grandes profissionais, as vezes até conseguem bons empregos, mas mesmo assim não ganham bem.

Os raros que conseguem um bom salário e um emprego decente podem se considerar privilegiados porque o sol não brilha para todos. É preciso muita luta e gostar realmente da profissão, senão melhor nem tentar.
E aí vai encarar?




segunda-feira, 8 de março de 2010

Parabéns


Hoje, 08 de março, é o dia internacional da mulher.

Porém, esse ano é um dia das mulheres comum, como o de todos os outros anos. O ano de 2010 marca o centenário do dia internacional da mulher.


São 100 anos de lutas, conquistas e muito suor.

E vc sabe como surgiu essa data?


O dia internacional da mulher foi escolhido para homenagear as 129 tecelãs que morreram em 1857, em Nova York, durante uma manifestação em que elas lutavam por melhores condições de trabalho.


Foi então que em 1910 surgiu a ideia de se criar uma data para celebrar essas mulheres e marcar a luta feminina. Então, em 1975, a ONU decretou o dia 08 de março como sendo o dia internacional da mulher.


Parabéns a todas mulheres, meninas e meninas mulheres...

sábado, 6 de março de 2010

Fofos, lindos e especiais


Tem coisas mais linda que uma criança?

Pra brincar, apertar, morder, levar pra passear...não né?!!

Então nada melhor do que incentivar os pequenos a exercitarem a imaginação brincando!

Sempre que tiver oportunidade, dê um tempo para os pequeninos...eles não necessitam nada mais do que carinho e muito muito amor!!

Pra você que tem filhos, curta-os e para quem não tem aproveita os filhos dos amigos, os irmãos menores, os primos e faça a festa...

Pode ter certeza, a diversão é garantida!

sexta-feira, 5 de março de 2010

É cada uma...


Olha a mais recente novidade da cidade de Udine, Norte da Itália. Lá, uma arquidiocese iniciou hoje, um curso para ensinar sogros e sogras a não interferir na vida de casal de seus filhos.

O motivo é que, segundo os organizadores, a grande maioria dos divórcios no país acontecem pela intromissão dos pais na vida da nova família dos seus filhos.

Assim, com a finalidade de prevenir essas crises conjugais, a arquidiocese resolveu criar o curso que se chama "Famílias em diálogo, como ser pais eficientes com filhos que vivem a vida de casal". O curso é organizado pela arquidiocese de Friuli e tem o apoio da prefeitura de Udine.

Ele é composto por um total de três aulas, uma a cada semana. Durante o curso, os participantes vão aprender a não se intrometer demais na vida familiar de seus filhos e a auxiliar na criação dos netos, sempre respeitando as decisões dos pais da criança.
E aí? Será que dará certo?

É esperar pra ver...

quinta-feira, 4 de março de 2010

É hora dos parabéns..



Amanhã, 05 de março, é comemorado o dia do Filatelista brasileiro.
Para quem não sabe, recebe o nome de filatelista o colecionador de selos, envelopes de cartas e cartões postais.

A palavra tem origem grega, onde "philos" significa amante e "atelia" aquilo que é pago antecipadamente.O objetivo do hobby é a seleção de selos que compõem uma coleção. Algumas delas, além de selos tem informações sobre o tema retratado.

Cada selo tem um valor diferente baseado em sua raridade. Quanto mais raro maior o seu valor...alguns valem inclusive milhões de reais.
Parabéns a todos esses profissionais...e boa sorte com suas coleções!



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Um rosto em meio a baderna


Obras, obras e mais obras!!É assim que se encontra a Avenida Antônio Carlos, próximo ao Uni-Bh, faculdade em que faço o 7º período de jornalismo. Essas obras estão causando transtornos terríveis, principalmente devido aos engarrafamentos de carros e ônibus depois das 18 horas. Mas elas sempre fazem um bem maravilhoso quando estão prontas.
Porém,chega de falar das obras. Em meio a elas existem figuras bem mais ilustres e importantes, sem o qual essas obras jamais poderiam acontecer. Falo dos trabalhadores, dos peões de obras,como dizem, aqueles que quase ninguém repara, mas que são super importantes.
Em meio a esses homens se encontra o Seu João ( o nome é fictício), 45 anos, pai de cinco filhos, casado, e que sustenta a mãe e mais três irmãos mais novos. O seu João, muitas vezes, não tem nem o que colocar na mesa para sua família comer. O aluguel anda atrasado à 3 meses, e ele não tem nem noção de como vai pagar.
Entretanto, algo chama atenção em seu João: o sorriso sempre presente, estampado em seu rosto cheio de rugas, já gasto devido ao tempo. Nas mãos podemos perceber os calos de quem começa a trabalhar de manhã e vai até a noite, sem hora para parar. Incui-se aí os sábados e às vezes até os domingos e feriados, como ele mesmo diz rindo do próprio trabalho.
Quando pergunto se ele não se cansa, ele simplesmente me responde “cansar a gente até cansa, mas tenho que trabalhar para sustentar minha família, se não todo mundo passa fome. O que minha mulher ganha não dá pra sustentar todo mundo”.
O seu João é só um nome pra representar todos esses homens, esses trabalhadores que ficam horas a fio no calor, no frio fazendo obras e mais obras para melhorar a nossa vida. Esses trabalhadores que muitas vezes não tem nada pra comer e que trabalham até cansar. Eles que tem os seus problemas, os seus medos, mas que estão lá todos os dias trabalhando trabalhando trabalhando para melhorar a nossa vida, pra trazer conforto pra todos nós.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


Saudade


Ai que saudades dos meus tempos de criança.

Onde brincar tinha toda a importância...

E o sorrir a embalar.

Ai que saudades dos meus tempos de menina.

Em que os sonhos estavam somente a imaginar.

Ai que saudades dos meus tempos de escola.

Com as brincadeiras toda hora e a alegria pra lembrar.

Ai que saudade desse tempo tão bonito.

Que jamais será vivido mais uma vez pra recordar.

Tem gente


Tem gente que mesmo longe....Está presente.
Tem gente que mesmo perto...Está ausente.
Tem gente que diz que espera o amor....Mas no fundoSó quer mesmo a dor.
Tem gente que mesmo adulto...É criança.
Tem gente que busca o céu e as estrelas.
Tem gente que pensa nos outros e em si.
Tem gente que não tá nem aí.
Tem gente que faz da tristeza uma alegria.
Tem gente que só busca a sinfonia
Tem gente...

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Escolas Famílias Agrícolas: importância para o jovem rural

Plantar, Cultivar plantas, cuidar do pomar, criar animais, tirar leite de vaca e ao mesmo tempo estudar. Essa é a vida de Elisângela Paulina Rosa, 16 anos, estudante da Escola Família Agrícola (EFA) Paulo Freire, localizada na zona Rural, a 9 km do distrito de Rio Preto, local mais próximo da comunidade onde a estudante mora.

Elisângela é filha de agricultores e sempre morou no campo. Porém, teria que deixá-lo se quisesse continuar com seus estudos. “Aqui no campo é assim, é muito difícil estudar. Se eu quisesse me formar ia ter que ir para a cidade”, conta ela.

Foi então que conheceu a escola família agrícola no ano passado. Fez a seleção e foi escolhida para entrar no 1º ano do Ensino Médio. Hoje, ela é aluna do 2º ano e destaca a importância da educação para o jovem rural. “Apesar de morar no meio rural não conhecia direito sobre os cuidados no campo e a EFA me permitiu um maior conhecimento sobre ele. Sobre como cuidar das plantas, dos animais etc”, diz. “Além disso, é bom estudar porque a gente conhece realidades diferentes, novas pessoas”, acrescenta Elisângela.

Como todo aluno da EFA, ela passa pelo processo de alternância, em que fica 15 dias na escola em regime de internato e os outros 15 dias na propriedade da família, levando os conhecimentos que aprendeu para casa. “A escola família agrícola não forma só o aluno, mas toda a família”,assegura a presidente da Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas (AMEFA), Faustina Lopes da Silva.

Em 2011, no ano que vem, é o ano de formatura de Elisângela, em que ela sairá da escola com o curso de Técnico Agrícola, podendo exercer a profissão. Apesar de ainda não saber se vai querer permanecer na zona rural ou procurar outra fonte de renda, a estudante explica os benefícios que a EFA trouxe para sua vida. “Se não fosse a Escola Família Agrícola eu acho que não iria me formar, ia parar onde estava”, afirma.
A EFA é uma oportunidade única na vida, pois pra gente estudar é muito difícil, muitos desistiam e paravam os estudos. E com a chegada da escola família agrícola permitiu com que as pessoas se formassem e pudessem permanecer aqui na zona rural”, finaliza.

Parecida com a história de Elisângela é a história de Santos Batista de Oliveira, ex-aluno da Escola Família Agrícola Bontempo, localizada na Comunidade Córrego do Brejo, zona rural de Itaobim.

Santos também é filho de pequenos agricultores e da mesma forma que Elisângela passou praticamente sua vida inteira no campo, na comunidade de Tombos, a mesma em que seus pais foram criados.
Nascido em 1983, só começou a estudar aos sete anos de idade, tendo que caminhar 3 km por dia até chegar à escola. As dificuldades com os estudos foram muitas, saía cedo e só voltava à noite, a roupa sujava com a poeira ou a lama das estradas, pegava doenças etc. E assim, com muito custo ele chegou a 7ª série, porém desistiu “já não aguentava mais”, diz ele.

Porém, com o incentivo dos colegas voltou a estudar no ano seguinte, uma vez que faltava pouco para se formar. Mas, mesmo com a volta as aulas as preocupações e as dificuldades não pararam. “Ficava preocupado, pois pensava que depois que terminasse a oitava série teria que ir para a cidade grande para continuar estudando”, conta Santos. Ele conseguiu completar o Ensino Fundamental aos 19 anos.

E assim, conheceu a EFA Bontempo, que trouxe muita alegria, pois poderia estudar e continuar onde sempre gostou de morar: no campo. “Foi difícil, pois tinha muita concorrência, mas consegui ser selecionado. E depois veio a recompensa para quem já havia perdido tanto tempo na vida”, conta ele. O ex-estudante cursou a escola família agrícola entre os anos de 2003 a 2005. Tornando-se, após formado, Técnico em Agropecuária.

Com quatro meses que havia terminado o Ensino Médio, Santos conseguiu uma nova conquista. Participou de uma seleção de técnicos e entre quatro concorrentes foi o selecionado para trabalhar no Centro Agroecológico de Tamanduá (CAT) onde permanece até hoje, trabalhando com Agroecologia. “E tudo isso graças a Escola Família Agrícola”, conclui.

A pedagogia de alternância como forma de educar

O modelo escola Família Agrícola surgiu na França, em 1935 e era conhecida como Maison Familiale Rurale, que em português significa casa familiar rural.No Brasil, a modalidade começou a ser executada em 1968, no Espírito Santo.

Mas, foi somente na década de 80 que ficou marcada a solidificação das experiências das Escolas Famílias Agrícolas no Espírito Santo e de lá, elas se espalharam para os outros estados, como Minas Gerais.

Foi então que em 1983, foi criada a primeira EFA Mineira, que se localizava em Muriaé, na zona da Mata. Ela surgiu devido a iniciativa de um grupo de pessoas ligadas às comunidades Eclesiais de base da região, juntamente com a Prefeitura do local.

Aliado a essa experiência, em 1990, foi criada a Escola Rural Padre Adolfo Kolping, em Formiga, tendo como objetivo ser uma escola de pedagogia de Alternância, tal como são as escolas famílias agrícolas atuais.

Essas duas primeiras experiências, devido à falta de articulação entre elas não tiveram bons resultados. Porém, foi também em 1990, que foi criada a Escola Família Agrícola Chico Mendes, em Conselheiro Pena. Junto com ela se seguiram várias outras escolas famílias agrícolas, consolidando assim, as EFAs em Minas Gerais, tornando o ano de 1990, um período de grande implantação das escolas famílias agrícolas no estado.

Atualmente a maior parte das Escolas Famílias Agrícolas mineiras se encontram na região do Vale do Jequitinhonha, local de maior índice de pobreza de Minas e que vem sendo castigado pelo desenvolvimento desigual da agricultura e pela seca cada vez mais frequente.

Segundo a secretária de Contabilidade da AMEFA, Vanessa Barcante Iota, hoje, as 18 famílias agrícolas mineiras atendem cerca 954 alunos, sendo 457 alunos no Ensino Fundamental e 497 do Ensino Médio, com idades entre 11 e 20 anos.

De acordo com a presidente da associação, D. Faustina, cada escola atende em média de 35 a 100 alunos, em grande parte filhos de pequenos agricultores, de assalariados agrícolas e de assentados rurais. “As EFAs trabalham direto nas bases, assim a agricultura familiar fica fortalecida, os povoados pequenos, os jovens rurais, aqueles que tem menos condições, todos tem acesso a educação”, afirma Faustina.

As escolas famílias agrícolas trabalham com a pedagogia de alternância, onde alia-se a aplicação dos conhecimentos adquiridos na escola com a vivência meio familiar. Desse modo, o conteúdo aprendido durante as aulas é trabalhado juntamente com a realidade em que o aluno vive.

“É um processo que alia a teoria à prática”, afirma Vanessa. Assim, o aluno passa 15 dias do mês na escola e os outros 15 dias junto com a família, passando os conhecimentos adquiridos aos outros membros da família.

“Para ser aluno de uma EFA o jovem tem que ser filho de agricultores e passar por um processo seletivo, que varia conforme a realidade de vida e a escola em que deseja se inserir”, explica a secretária.

No verdadeiro ninho não há estranhos

Segundo o site, ABC da saúde, a loucura é uma condição da mente humana caracterizada por pensamentos e atitudes consideradas anormais pela sociedade. Como por exemplo, ouvir vozes, enxergar pessoas, pensar que está vivendo uma situação que nunca existiu etc.
Freud, fundador da psicanálise, define a loucura como sendo a incapacidade que o indivíduo tem de se adaptar às normas do ambiente em que se encontra.

E é esse o tema central do filme Um estranho no ninho, lançado nos Estados Unidos, em 1975 e dirigido por Milos Forman.

Ele conta a estória de um homem preso por pedofilia ( McMurphy), acusado de abusar sexualmente de uma menina de 15 anos, e que com a intenção de fugir da cadeia resolve se passar por louco, indo parar em um hospício.

Porém, ao adentrar no local e diante de seu contato com os pacientes de lá, McMurphy não os vê como loucos, mas sim como marginais da sociedade, que aprenderam a ser e agir como malucos por terem sido excluídos do convívio humano. E, por isso, resolve ajudá-los a acreditarem mais neles próprios.

Com isso, diferentemente do que pode parecer, o estranho no ninho, que dá título ao filme, não é o personagem principal, Murphy, e sim, todas aquelas pessoas que se encontram no hospício. Eles representam todos os estranhos no ninho que existem pelo mundo. Os estranhos de uma sociedade que dita regras e padrões e que não aceita o ser diferente, aquele que se recusa a seguir normas. Tratando assim, esses seres como loucos.

Um estranho no ninho, é muito bem produzido, tem qualidade técnica, de atuação, de iluminação, de efeitos etc. Além disso, por ser um drama, cumpre muito bem o papel esperado para esse tipo de gênero. Trata-se de uma estória comovente sem ser piegas e que é capaz de prender o espectador do início ao fim.

O filme é capaz de emocionar, indignar e trazer revolta dos espectadores por aquelas pessoas que estão no manicômio. Gente essa, que tinha tudo para ter uma vida inteira e normal pela frente, distante desse mundo triste do hospício, mas que foram impossibilitadas disso por terem ido parar ali. Pessoas que não tiveram oportunidade de escolha, como todos nós temos, de decidir sua própria vida, sendo obrigadas a parar em um local que não gostariam.

Um estranho no ninho foi filmado em um hospício de verdade. Por isso, grande parte de seus elementos e aspectos, tais como o ambiente de confinamento, a tristeza presente, as histórias dos personagens realmente existem. E isso contribui para uma maior veracidade da estória contada.
Soma-se a isso o fato do filme ser uma crítica às instituições psiquiátricas americanas da época, e ao conservadorismo do partido Republicano dos Estados Unidos, que não aceitava os diferentes, mandando-os para manicômios ou hospitais, onde eram tratados rigorosamente, incluindo o tratamento de choque, tal como mostrado no filme.

Essa realidade toda do filme pode trazer uma angústia no público, que pode se incomodar com a forma como os pacientes eram tratados nesse tipo de local. Sempre de forma fria e impiedosa, sem abertura para um ato de carinho ou amor.

E durante toda sua trama, o filme vai deixando uma série de pistas que condizem com o isolamento e a tristeza presentes naquele manicômio. Porém, muitas vezes esses aspectos podem não ser percebidos por alguém que vê o filme pela primeira vez.

Podemos citar, por exemplo, a sensação passada pelas paredes brancas do hospital. Elas podem, no início, passar a sensação de que apenas fazem parte do cenário, sem nada de mais, porém ao prestar mais atenção percebemos que o branco serve, na verdade, para transmitir justamente a sensação de isolamento e de confinamento que as pessoas que vivem ali passam.

Somado a isso, encontra-se também a trilha sonora. Ao ser escutada pela primeira vez, passa o sentimento de que é apenas um complemento do filme. Entretanto, ao ouvi-lá novamente, percebe-se que o seu intuito também é o de contribuir para a sensação de tristeza presentes naquele manicômio. Os figurinos e o uso excessivo do branco ajudam a passar a mesma sensação.

E são essas várias pistas, somadas a montagem do filme, muito bem feita, que permitem com que a estória do filme tenha uma continuidade. Um enredo todo completo, que dá vida a todas as atuações e não se perde nem mesmo com a mudança de uma cena para outra. Todas elas se encaixam perfeitamente como se tivessem sido realizadas em sequência, e sem parecer sem sentido ao espectador.

Assim, podemos dizer que Um Estranho no Ninho é completo e soube fazer um tema, aparentemente comum, virar algo que atrai e chama a atenção, sem ser cansativo e desviar a atenção do público.

E a vida segue...


Tarde de quarta-feira. Dia ensolarado.15 horas. Avenida Raja Gabaglia. Um homem corre. Atrás, vários policiais. O medo toma conta de quem está na rua. As pessoas vão para suas casas. As crianças, que antes brincavam na rua, não sabem o que fazer. Começa a gritaria. Portas e janelas são fechadas. Todo mundo tenta se esconder. Eu observo tudo de dentro do prédio onde trabalho, próximo a favela onde ocorreu o incidente.

Nos edifícios próximos ninguém sabe o que está acontecendo. Uns tomam café, outros conversam tranqüilamente, outros ainda estão concentrados em seus trabalhos ou em reuniões.

De repente, um estrondo. Alguns acham que são fogos, outros dizem é tiro. Um, dois, três, quatro, cinco...ninguém sabe ao certo. Eu também, da mesma forma que alguns descrentes de que fossem tiros, acreditei nos foguetes! Pura inocência!

O pânico toma conta de quem está próximo ao local, principalmente dos moradores. Inclusive eu e meus companheiros de trabalho. Não é todo dia que se vê um tiroteio tão perto assim.

Um corpo cai ao chão. Os policiais chegam. Pegam o corpo e o colocam na viatura. Dizem que vão levá-lo ao pronto-socorro. Quem viu pensa: Levar pra que? Se o homem já morreu. Confesso que pensei a mesma coisa, pra que levar para o hospital se ele já estava morto, mas como ninguém quer aparecer na mídia acusado de matar alguém, eles fazem esse lero-lero de fingir que socorreram.

As janelas e portas começam a se abrir. O movimento começa a tomar conta da rua. Junta gente pra ver. No chão, sangue, sangue e mais sangue. Começam os comentários. Merecia morrer. A polícia veio se vingar. O policial fazia parte do tráfico, foi morto por acerto de contas. Foi um assalto, os bandidos não sabiam que era um policial.

Uma senhora lava a calçada que há pouco estava coberta de sangue. Está indiferente a tudo que se passou. De cima dos prédios as pessoas observam a cena, mas sem se intrometer.
Os repórteres chegam. Estão aflitos por notícias. Precisam obter informações. É um furo! Ninguém sabe de nada. Ninguém viu, nem ouviu. É proibido falar. Se descobrirem quem contou já se sabe: vai virar presunto. As crianças e os jovens começam a recolher as balas do chão. São várias. Enchem a mão.

As pessoas vão voltando para seus trabalhos, as crianças para suas brincadeiras. É a vida que segue novamente.

Na internet, a notícia sai mais parecendo um B.O da polícia. “Homem é ferido em troca de tiros com a PM” diz a maioria das manchetes. Nos textos, o mero relato do que a polícia disse. O homem não tem nome. É um qualquer. Ninguém sabe se morreu, se já estava morto quando foi levado para o hospital, se o policial morto um dia antes era bandido ou inocente, se o que causou sua morte foi um assalto ou foi caso pensado.

A informação veiculada ou a falta dela pela imprensa tem um motivo. Será falta de informação?Falta de tempo para apuração? Pressa pra fechar o jornal? Ou era para abafar o fato de um policial estar metido no tráfico?Ninguém sabe...

O que se sabe é que alguém morreu, assim como morrem milhares de outros todos os dias. Culpados ou inocentes ninguém sabe. Às vezes se noticia, às vezes não. Pode haver indignação, quando morre um inocente, tristeza e até mesmo felicidade quando é um bandido. Mas sempre, logo depois, as pessoas voltam para seus trabalhos, inclusive eu, que tinha ainda vários releases e matérias para fazer; suas casas, seus lazeres, seus estudos e quem morreu fica pra trás...ninguém sabe, ninguém lembra....

É a vida que segue novamente...